
INSS: Denúncia de Fraude em Benefícios Leva à Queda de Ministro e Presidente
Fraude no INSS: Denúncia de Servidor e Investigação da Polícia Federal Brasília - Em 2020, um servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) denunciou desvios ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas. O caso ganhou destaque após o Jornal Nacional ter acesso exclusivo a documentos e depoimentos. A investigação, conduzida pela Polícia Federal, foi encerrada em 2024 sem indiciamento. De acordo com o servidor, que pediu anonimato por medo de represálias, as ameaças começaram após ele identificar irregularidades em descontos de benefícios. "Na época que a Diretoria de Benefícios estava cortando os ACTs, estava fazendo uma auditoria em cima deles, alguns servidores receberam ameaças", relatou. A investigação da Polícia Federal revelou um aumento repentino e anormal de descontos feitos pela Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (CONAFER) em 2020. Em janeiro de 2020, a CONAFER tinha cerca de 80 mil filiados com descontos em benefícios previdenciários, enquanto em outubro de 2020, esse número ultrapassou 250 mil. Um relatório da Controladoria-Geral da União mostra que a CONAFER foi a entidade que mais aumentou o volume de descontos entre 2019 e 2024. Em março de 2021, o presidente da CONAFER, Carlos Roberto Ferreira Lopes, prestou depoimento à Polícia Civil. Ele negou qualquer responsabilidade pela inserção de descontos indevidos, atribuindo a responsabilidade à Dataprev. Entretanto, a Polícia Civil encontrou indícios de que entre 2019 e 2020, Carlos Roberto e sua esposa, Bruna Braz, negociaram cinco imóveis, incluindo uma fazenda avaliada em R$ 3.177.198,00. A Justiça do Distrito Federal decidiu que a competência para investigar o caso era da Polícia Federal. A operação para desarticular o esquema só ocorreu em abril de 2025, levando à queda do ministro da Previdência e do presidente do INSS.